Eu me cerquei de silêncio pra nunca mais ouvir teu nome. Eu já matei qualquer fome, eu já brinquei carnaval. E o mal que me consome eu conservei no sal. Por bem, eu fui homem.
Eu virei minha cara, eu parei para tudo, acalmar a tarde. Eu mudei, e o mundo sempre morde.
Mudo, matar de mim tudo que nasce. Minha outra face ainda arde.
Eu me contentei com sorriso, eu fiz rir, eu quis do outro a qualquer custo, e justo quando estava pra partir, ganhei. Apartei de mim as outras partes, eu sei que assusto se olhar demais. Eu não sei mais o que quero falar.
E o que me chama à noite, nêga, me carrega.
E se me chama à noite, nêga, se encarrega.
E se a chama foi-se, nêga, não se entrega.
Me deixa uma noite, nêga, não me nega.
Eu já dancei batucada, nada demais, a cada fossa nova que me provoque, enrolo, gosto mais, nada me faz desistir do choque, não me toque, você não engole o que me satisfaz.
Carreguei em mim o cheiro dos povos, voraz massa que consome os dias, de amargar tantas longas demoras. Não sou eu, não sou um, fui embora. Não sou nenhum portador de alegrias. Eu desperdicei meu brilho, fui filho do fim do mundo, no fundo dos olhos eu colho tudo que não me dizem. Reluz em outros o que escondo em mim, assim eu finjo que me conduzem. E aos que me fogem eu digo sim.
Viver para evitar alguém
Também é morrer sem se separar.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
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Um comentário:
samaba de luxo com pitadas de apocalipse...rs
tudibão
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